O RACISMO NO FUTEBOL ( PARABÉNS NÁUTICO ) -IS


Por Ival Saldanha

Quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888, colocou fim a escravidão no Brasil, mas nem chegou perto de terminar com os preconceitos racial e social. Por isso, desde que começou a ser disputado por aqui, o futebol vetou velada, e até explicitamente a participação de negros em suas equipes. O ápice do racismo no futebol brasileiro aconteceu, quando em 1921, quando o então presidente da República, Epitácio Pessoa, se reuniu com os dirigentes da CBD e pedido por razões de "prestígio pátrio" para que apenas jogadores com pele mais clara e cabelos lisos fossem convocados para a Seleção Brasileira ao próximo campeonato Sul Americano da época.


Por aqui no Recife, o Clube Náutico Capibaribe que até hoje continua sendo chamado como um "Clube Aristocrático" , era o único que não aceitava jogadores pretos fazendo parte das suas equipes e isso vinha passando de geração para geração. Para aqueles dirigentes do Náutico na época, futebol era coisa de brancos. Isto até o ano de 1960 ( não faz tanto tempo assim ), quando o técnico Gentil Cardoso que era negro, chamado também de o "moço preto", quebrou essa escrita e foi contratado como o primeiro negro a fazer parte da equipe do Náutico.


No jogo de hoje (sexta-feira) à noite do Náutico contra a Chapecoense pela Série B do Campeonato Brasileiro nos Aflitos, o time do Náutico entrará em campo com um uniforme inédito todo da cor preta num reconhecimento ao seu passado racista, propondo dessa forma uma reflexão não só no Clube, como em toda a sociedade sobre o assunto; o inédito uniforme simbolizando um protesto contra o racismo no futebol "Vidas Negras Importam". Seus atuais dirigentes com este procedimento, além de reconhecerem como escrevi acima, "o triste passado racista" do Clube, merecem o reconhecimentos e parabéns de todos os torcedores pernambucanos.


Parabéns portando a esses atuais dirigentes do Náutico pela bela atitude, mesmo porque se ainda hoje há casos de racismo no futebol, imagine então o que não acontecia há 100 anos.

*Ival Saldanha.


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