O CRAQUE DE BOLA NO FUTEBOL -IS


Por Ival Saldanha

Uma vez o amigo José Joaquim Pinto de Azevedo escreveu que quando assistimos aos programas esportivos das diversas emissoras de TV, um gol que é diferenciado, ou uma jogada com qualidade transforma o jogador, que pula do status de mediano para craque. Na realidade, o craque é "aquele que antevê a jogada". Quando bola chega aos seus pés, já sabe-se o que e como o que fazer, desde que possui habilidade e boa técnica para executar lances inesperados, incomuns. Quantos jogadores brasileiros na atualidade possuem tais virtudes? Os amigos irão quebrar a cabeça ao procurarem um no palheiro.

Voltando ao tempo, sem contarmos com a era de Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Gerson, Tostão, Dirceu Lopes, Rivellino e tantos outros que existiam em grande quantidade, além de Zico na década de oitenta, a partir de 90, a safra foi sendo reduzida, com destaques para Rivaldo e Romário e nada mais. Hoje se confunde o craque com o artilheiro que faz gol. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. O craque também faz gol, mas seu cardápio tem algo mais de qualidade. Craque foi Pelé que continua insubstituível até hoje. Craque é Messi nos últimos anos. O que eles tem em comum? São geniais, criativos, habilidosos, armadores, dribladores e também faziam gols. Na realidade, a pobreza franciscana que assombra o futebol nacional, criou a necessidade da busca por um craque para que possa alavanca-lo, e assim levar mais torcedores aos estádios, mas não se pode formatar um craque nas agências de marketing, ou nas pranchetas dos jornalistas. O craque já nasce craque com a bola nos pés, e há um bom tempo poucos estão nascendo em nosso país.



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