HISTÓRIAS DO FUTEBOL PERNAMBUCANO PARA UMA TERÇA-FEIRA ( PAPAI VAI AO ESTÁDIO ) -IS



Por Ival Saldanha

Está história eu já contei por aqui faz tempo, mas como é uma história bastante interessante, volto a contá-la. Tempos atrás quando eu ainda ia a estádio de futebol, durante um jogo do Sport na Ilha do Retiro, encontrei o velho amigo de infância Maneco das antigas peladas no campo do Ferroviário, ali na 21 de Abril em Afogados, que comentou comigo enquanto esperávamos a entrada dos times em campo:
- Você sabe Vavá, (ele me chamava assim. Vavá é o meu apelido de infância) que aqui, nessas arquibancadas da Ilha disse Maneco, existia um torcedor fanático que sempre trazia o pai.
- Claro, é natural - respondi - Pai boleiro, filho boleiro.
Maneco tirou os óculos, cravou o olhar em mim:
- Este de quem estou falando vinha com o pai morto Vavá.
E deixou as pálpebras caírem:
- Tinha sido o seu último desejo.
Todos os domingos em que o Sport jogava aqui na Ilha, o filho trazia as cinzas do autor de seus dias e as punha sentadas ao seu lado nas sociais do estádio.
O falecido tinha pedido antes de morrer: "- Me leva sempre para ver o Sport da minha alma jogar".
No início o pai ia até o estádio numa garrafa de vidro. Mas, numa tarde, os porteiros da Ilha descobriram a garrafa e impediram a entrada da garrafa de vidro, evitando possíveis acidentes. E a partir daquela tarde então, o pai passou a ir dentro de uma garrafa de papelão plastificado. E por ventura quando o Sport fazia um gol, o fanático torcedor numa alegria contagiante, jogava a garrafa de papelão para cima, vibrando com o seu finado pai em cinzas... Já pensou?!? São histórias do futebol pernambucano para uma terça-feira... Se



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