Por Ival Saldanha
Imaginem vocês, alguém que possua a seguinte distrofia física: a bacia descolocada seis centímetros de seu prumo, com uma perna mais curta do que a outra, fazendo-o mancar suavemente quando andava. Pernas tortas, sendo um dos joelhos virado para dentro e outro para fora, causando uma inclinação que altera o próprio centro de gravidade dessa pessoa para um dos lados. Imaginaram?
Agora me expliquem como um sujeito desses pode se tornar um jogador de futebol profissional de ponta por duas décadas, apanhando muito, justamente nas pernas, convivendo com artroses, dores e infiltrações, sem perder o dom de divertir multidões pelo mundo todo e ter a capacidade de se tornar o maior driblador de todos os tempos e duas vezes campeão do mundo?
Esse fenômeno da natureza que não merece nunca ser esquecido por quem gosta do futebol arte tem nome e existiu: Manuel Francisco dos Santos, nosso querido Garrincha, carinhosamente apelidado também de “Alegria do Povo e o Anjo das Pernas Tortas”. Garrincha, o mestre dos dribles, que jamais deixou que os pontapés dos adversários o fizessem abdicar de seu futebol moleque, alegre, que tanta falta faz nos dias de hoje no futebol brasileiro. Para mim e para a esmagadora maioria da torcida brasileira e mundial, ele foi, é e sempre será um gênio driblador; simplesmente o jogador mais espetacular que este apaixonante esporte chamado futebol já conseguiu produzir. São lembranças que não devem jamais ser esquecidas do futebol brasileiro..
.JPG)
0 Comentários