Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) realizou uma coletiva de imprensa para explicar o imbróglio envolvendo o jogo das quartas de final da Copa do Nordeste entre Sport e Ceará
Por Haim Ferreira
SDS realizou uma coletiva na tarde desta quarta-feira (03/04) (Foto: Haim Ferreira/DP) |
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) realizou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (03/04) para explicar o imbróglio envolvendo o jogo das quartas de final da Copa do Nordeste entre Sport e Ceará. A partida está marcada para o dia 10, na Arena.
De acordo com Alessandro Carvalho, diretor da pasta, houve um entendimento errado sobre a recomendação da Polícia Militar, de que o duelo deveria acontecer de portões fechados, devido à falta de segurança. Segundo o secretário, a medida foi apenas uma resposta ao ofício do STJD, que exigia "ABSOLUTA SEGURANÇA", em caixa alta.
"Polícia Militar, você tem como garantir absoluta segurança? É algo em caixa alta no texto. O STJD pode explicar o que seria isso, mas posso passar como a PM interpretou. Na condição de não acontecer nenhum incidente, porque seja qual for a policia ou o lugar do mundo, é impossível garantir que nada vai acontecer. Você pode ter o melhor efetivo de segurança, mas não tem como garantir que nada vai acontecer", explicou Alessandro.
A recomendação de portões fechados foi sugerida no ofííco assinado pelo comandante da PMPE, Ivanildo César Torres de Medeiros. A PMPE, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e o Sport foram provocados pelo STJD para apresentarem o plano de segurança para o duelo decisivo pelas quartas de final do Nordestão. A medida foi um reflexo da ação impetrada pela Federação Cearense de Futebol (FCF), que solicitou que o jogo não fosse realizado em Pernambuco ou jogada com portões fechados.
Segundo a nota do STJD, o Ceará solicitou à entidade que a partida acontecesse de portões fechados ou em outro Estado, pela sensação de insegurança após os ataques ao ônibus do Fortaleza, no final de fevereiro.
"Ainda que eu colocasse todo o efetivo da PM nas ruas, 16 mil homens, eu não posso garantir que um homem mal intencionado no meio do trajeto, não atire algum artefato contra o ônibus de uma delegação. Ou que ele venha de outro estado, e que membros de torcidas organizadas não possam agredi-lo", complementou o secretário.
O QUE DIZ O SPORT
O Sport se mostrou surpreso com a recomendação de portões fechados para o jogo contra o Ceará pelas quartas de final da Copa do Nordeste feita pela Polícia Militar de Pernambuco. O Leão disse aceditar na reversão da situação, citando até a governadora Raquel Lyra.
Vale a pena lembrar que o Sport está jogando com sua torcida no estádio graças a um efeito suspensivo concedido pelo próprio Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que antes tinha punido o Leão com oito jogos de portões fechados - o clube cumpriu dois. O novo julgamento está marcado para o dia 9 de abril.
Veja nota na íntegra
O Sport Club do Recife recebeu com surpresa a recomendação da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) para que o duelo diante do Ceará, previsto para a próxima semana, ocorra de portões fechados na Arena de Pernambuco.
O Clube compreende que os órgãos responsáveis por garantir a segurança de eventos como os carnavais de Recife e Olinda, que levam milhões de pessoas durante os dias de folia, também estão aptos a resguardar um público de 30 ou 40 mil pessoas em uma partida de futebol – conforme já ocorreu em diversas oportunidades recentes e mais longínquas, como a Copa do Mundo de 2014.
Paralelamente a isso, o Sport reforça que também emprega centenas de agentes privados contratados para ampliar a segurança no estádio e no entorno da praça esportiva dentro do raio que lhe compete, a fim de promover um ambiente pacífico e contribuir junto aos órgãos públicos, vez que, na condição de associação desportiva, bem como no que estabelece o Estatuto do Torcedor, é o que lhe cabe quanto à segurança.
O Clube entende que o motivo de existir e competir está integralmente ligado à sua torcida – razão de absolutamente tudo. Assim, portanto, perde-se o sentido do jogo e do espetáculo entrar em campo sem tê-la ao lado sem nenhum motivo aparente ou justo.
Por fim, o Sport aguarda e confia na reversão da governadora Raquel Lyra, tão imbuída em liderar o Governo de Pernambuco nas suas mais diferentes esferas, acerca deste posicionamento da corporação.
O QUE DIZ A FEDERAÇÃO
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, não poupou críticas a sugestão da PMPE.
Veja nota na íntegra
A Federação Pernambucana de Futebol - FPF, através de seu presidente, vem por meio deste expressar sua posição em relação ao pronunciamento do Comandante da Polícia Militar do estado de Pernambuco, o qual, em documento oficial, sugere a realização de partidas de futebol sem a presença de público a fim de garantir a segurança do evento esportivo.
Inicialmente, registramos nossa surpresa e insatisfação com tal posicionamento, o qual consideramos incompatível com a coragem que historicamente caracterizou as forças de segurança do estado. Aceitar que a segurança de uma partida de futebol só possa ser assegurada sem a presença de torcedores não apenas evidencia uma preocupante incapacidade e ineficácia por parte dos órgãos de segurança, como também sugere, logicamente, que outros eventos de grande público, como o carnaval, São João, réveillon, entre outros, também devem ocorrer sem espectadores, visto que somente num ambiente desprovido de pessoas a Polícia Militar seria capaz de garantir a segurança.
Por fim, confiamos que o posicionamento do Comandante da Polícia Militar do estado de Pernambuco não reflete a postura do Estado como um todo, e esperamos que a Governadora Raquel Lyra, na condição de comandante da Polícia Militar, determine que os órgãos de segurança sirvam à sociedade na manutenção da ordem pública, conforme estabelecido expressamente no artigo 144 da Constituição Federal.
Crédito: esportesdp.com.br
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