FUTEBOL (AINDA SOBRE O RACISMO NO FUTEBOL BRASILEIRO) -IS

 
Por Ival Saldanha

O ápice desse racismo no Brasil aconteceu em 1921, quando o então presidente da República, Epitácio Pessoa, se reuniu com dirigentes da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e pediu, explicitamente, para que apenas jogadores com pele mais clara e cabelos lisos fossem convocados para a Seleção Brasileira.
Justamente por isso, muitos jogadores negros começaram a organizar ligas próprias. Assim surgiram entidades como a Liga Suburbana de Futebol no Rio de Janeiro, a Liga Nacional de Football (perjoramente chamada de "Liga da Canela Preta"), em Porto Alegre, e a Liga Brasileira de Desportos Terrestres (maldosamente apelidada de "Liga dos Pretinhos"), em Salvador. Em São Paulo, nada menos que 12 equipes formadas apenas por pobres, pardos e pretos foram criadas, e uma delas tinha o pomposo nome de "Black Team".
Entre 1927 e 1939 (portanto mesmo após a adoção do profissionalismo no Brasil, ocorrida em 1933), chegou a acontecer anualmente na capital paulista o clássico "Preto e Branco", em que jogadores das duas cores formavam equipes e disputavam a Taça Princesa Isabel. Não à toa, o jogo ocorria sempre num dia 13 de maio (Dia da Abolição da Escravatura no Brasil) . O fato é que durante anos existiu em nosso pais uma campanha pela arianização do futebol brasileiro.
Se ainda hoje há casos explícitos de racismo no futebol, imagine então o que acontecia há 100 anos atrás... 

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