Tite diz que jogo com o Paraguai é 'desafiador' devido à tensão no Brasil

Turbulência nos bastidores pode prejudicar rendimento da Seleção

AFP

<i>(Foto: Lucas Figueiredo/CBF )</i>
"Nós temos dito que temos uma capacidade e inteligência emocionais muito grandes, para saber filtrar as situações, ter tranquilidade, sensatez, apesar das provocações que fazem. Claro que (as tensões) atrapalham. Sim, é desafiador", disse o treinador de 60 anos, em coletiva de imprensa virtual.

"Vamos precisar disso de novo (força mental) no jogo contra o Paraguai, essa abstração e foco. Externo isso de forma pública o que falei a eles", acrescentou ele, falando do centro de treinamento da Seleção em Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Líder isolado das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, com uma campanha 100% (15 pontos em cinco jogos), a seleção brasileira viveu momentos tensos fora de campo na última semana. 

Os jogadores e a comissão técnica teriam ficado chateados ao saber pela imprensa, na última segunda-feira, sobre a nomeação do Brasil, duramente atingido pela pandemia, como sede da Copa América-2021 após as retiradas da Argentina e da Colômbia. 

Segundo a mídia, os jogadores teriam pedido para não disputar o torneio continental, o que teria irritado o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Caboclo, que supostamente pensava em demitir Tite por apoiar a decisão do elenco.

Mas a tensão diminuiu desde que Caboclo foi temporariamente afastado do cargo no domingo, após uma denúncia de um funcionário da CBF de assédio sexual e moral. 

"Sabemos a dimensão que tem, a gravidade do caso, temos consciência disso. Agora existe um Comitê de Ética da CBF que toma as devidas providências. Não é da nossa alçada", disse Tite. 

Caboclo, que defende sua inocência, disse à ESPN na segunda-feira que nunca pensou em dispensar o treinador e negou que os jogadores tentassem boicotar a Copa América. "Estaremos todos juntos na Copa do Catar em 2022 e para vencer", disse ele. 

O portal Globo Esporte informou nesta segunda-feira que os jogadores vão disputar o torneio, mas após o confronto com os paraguaios expressarão seu desacordo em relação à forma pela qual foi organizado. 

Após rumores de boicote à Copa América, seguidores do presidente Jair Bolsonaro, que apoia o evento, lançaram uma campanha nas redes sociais para exigir a saída de Tite, a quem chamam de "comunista". 

"Estou em paz, muita paz", disse o treinador, que comanda a Seleção desde junho de 2016.

Sobre o Paraguai
Sobre o jogo contra o Paraguai, em Assunção, o técnico afirmou que já definiu o time titular, mas não revelou a escalação. 

Renan Lodi pode substituir Alex Sandro na ala esquerda e Roberto Firmino por Gabigol no ataque. Suspenso para o jogo contra o Equador, que o Brasil venceu por 2 a 0 na sexta-feira em Porto Alegre, Douglas Luiz pode substituir Fred no meio-campo. 

Neymar, que deu uma assistência e marcou um gol na vitória sobre os equatorianos, com certeza comandará o ataque do Brasil.

"Temos um grupo de atletas do mais alto nível. A utilização de um ou outro  vai depender das estratégias, do momento de cada um", explicou Tite. 

Ele vai divulgar na quarta-feira a lista de convocados para a Copa América, que será disputada sem público no Rio, Brasília, Cuiabá e Goiânia entre os dias 13 de junho e 10 de julho. 

O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes por pandemia (mais de 473 mil), número superado apenas pelos Estados Unidos. 

O diretor da OMS para situações de emergência, Michael Ryan, disse em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira que "alguns países deveriam reconsiderar suas decisões de organizar eventos de massa, se não tiverem uma gestão de risco adequada".

Créditos: www.esportesdp.com.br


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