Brasil desafiou a altitude e desceu para 5º lugar na pior campanha nas Eliminatórias

FOTO: Rafael Ribeiro-CBF

                        DERROTA INESPERADA


Por Lenivaldo Aragão

A altitude de 4.100 metros da cidade de El Alto já vinha sendo apontada como o maior obstáculo a ser enfrentado pelo Brasil no encerramento de sua participação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Todavia, esperava-se que o time comandado pelo italiano Carlo Ancelotti tivesse condições de voltar para casa com uma vitória. Confiando na tradição da equipe amarelinha no seu retrospecto diante dos bolivianos em competições oficiais – em 34 jogos, 24 vitórias do Brasil, 4 empates e 6 triunfos da Bolívia – o treinador aproveitou o fato de a equipe já estar classificada para fazer algumas experiências, só tendo colocado em ação os “reservas de luxo”, quando a vaca já tinha ido para o brejo, e o time da casa procurava sustentar o placar de 1 x 0 estabelecido no primeiro tempo, o que conseguiu.

Com os resultados da rodada final das Eliminatórias, a Seleção Brasileira ficou em quinto lugar, com 28 pontos em 18 partidas. Obteve oito vitórias e quatro empates e sofreu seis derrotas.
O time boliviano mostrou um bom entrosamento e muita velocidade. A bola deslizava velozmente e escapulia dos pés com frequência, justificaram-se os brasileiros. A Bolívia precisava vencer para tentar buscar na repescagem uma vaga na Copa do Mundo. Por isso, arriscou vários chutes de longa distância desde o início, empurrada por sua torcida. No primeiro tempo, o goleiro brasileiro Alisson foi apontado como o melhor em campo, com defesas seguras, não se deixando trair pela força incomum da bola nas finalizações dos adversários.

Ele só não evitou o gol de Miguelito, aos 48 minutos da etapa inicial, em cobrança de pênalti. O lance em questão foi acompanhado de perto pelo árbitro, Cristian Garay (CHI), que considerou normal uma disputa de bola de Bruno Guimarães com um atacante boliviano dentro da área. Mas o VAR teve outra interpretação e interveio. Com o pênalti assinalado, o arisco atacante da Bolívia não desperdiçou a oportunidade.

As chances de ambos os lados eram escassas. O Brasil já tinha tentado o gol com Richarlison e Luiz Henrique, que não tiveram sorte. Aos 15 do segundo tempo, Ancelotti fez logo quatro mudanças: tirou Vitinho, Richarlison, Samuel Lino e Luiz Henrique e pôs em campo Marquinhos, João Pedro, Estêvão e Raphinha. O Brasil era valente. Aos 27, Jean Lucas entrou no lugar de Andrey Santos. A Bolívia jogava na base dos contra-ataques, mas também tinha diminuído o ritmo. Aos 41, Alisson fez excelente defesa numa bola cabeceada por Algarañaz e evitou o segundo gol. Aos 47, o goleiro Lampe brilhou num chute cruzado de Caio Henrique. Dois minutos depois, Raphinha, de falta, teve uma boa chance, mas Lampe defendeu de novo.
Aos 50 minutos, o apito final despertou a festa boliviana, com seus jogadores chorando em campo e a torcida local em euforia em todos os setores do estádio.
O Brasil alinhou: Alisson; Vitinho (Marquinhos), Fabrício Bruno, Alexsandro e Caio Henrique; Andrey Santos (Jean Lucas), Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Samuel Lino (Estêvão), Luiz Henrique (Raphinha) e Richarlison (João Pedro).

RESULTADOS E COLOCAÇÕES

Bolívia (7º) 1 x 0 Brasil (5º)
Equador (2º) 1 x 0 Argentina (1º)
Peru (9º) 0 x 1 Paraguai (6º)
Venezuela (8º) 3 x 6 Colômbia (3º)
Chile (10º) 0 x 0 Uruguai (4º)

Argentina, Equador, Colômbia, Uruguai, Brasil e Paraguai estão classificados para a Copa do Mundo de 2026, no Canadá, Estados Unidos e México. A Bolívia disputará uma vaga na repescagem.



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