Por Renato Igarashi
O seu choro durante a execução do hino nacional de seu país foi uma das imagens mais marcantes da competição.
A biografia do jogador carrega uma história da diáspora coreana. Nascido em Nagoya (Japão), é um Zainichi, termo japonês que designa cidadão estrangeiro com residência permanente no Japão. Durante a ocupação japonesa na Coreia (1910-1945), houve massiva migração de coreanos ao país colonizador. No entanto, mesmo passadas gerações, eles ainda formam uma das maiores comunidades estrangeiras, ainda que nascidos no território japonês, já que a nacionalidade japonesa não é dada pelo local de nascimento.
Seu pai tem nacionalidade sul-coreana, mas se vê como norte-coreano. Sua mãe, que também se considera norte-coreana, possui status de Chosen-seki, atribuído a coreanos nascidos no Japão que não têm registro de cidadania - muitos dos quais por laços com a Coreia do Norte, que não possui relações formais com o Japão. Embora herdasse o registro sul-coreano pelo lado paterno, por incentivo da mãe, Jong Tae-se estudou em escolas fomentadas pelo governo norte-coreano. Sua educação em casa e na escola guiou sua opção por defender a seleção norte-coreana.
Conhecido como “Rooney Asiático”, começou sua carreira em 2008 no Kawasaki Frontale, do Japão, onde se destacou e passou a ser convocado para a seleção da Coreia do Norte. Após a Copa de 2010, foi atuar na Alemanha pelo Bochum e pela Colonia. Em 2013, assinou com Suwon Samsung Bluewings, da Coreia do Sul. Voltou ao Japão em 2015 para atuar pelo Shimizu S-Pulse, Albirex Niigata e Machida Zelvia, onde se aposentou em 2022.
Além de fluente em japonês e coreano, Jong Tae-se fala também português, que aprendeu com seus companheiros brasileiros do Kawasaki Frontale.
Fonte: Todas as Copas do Mundo
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