Por Ival Saldanha.
O texto é um pouco longo, mas espero que leiam. Pelo menos os que gostam de futebol. Nestes tempos de pandemia, dentro de casa sem ter o que fazer a não ser escutar essas bobagens ditas por nossos políticos, volto a escrever sobre futebol e lembrar de um velho e antigo termo: BEQUE. O temo Beque no futebol não é mais usado atualmente. Mas, houve um tempo que era sim. Antigamente no futebol mundial existia uma definição clássica de posições. Tão clássica que até hoje ainda é vulgarmente usada em alguns países. Trata-se daquela do "gol keeper”, os dois "backs", os três "half-backs" e os cinco "forwards". Claro que havia as subdivisões das posições, tais como "back" direito, esquerdo; "half" direito, "center-half", etc. Esta organização de jogo foi apresentada em primeiro lugar por dois clubes ingleses, o Nottingham Forest e o Blackburn Rovers, e o sistema de jogo, também conhecido por 2-3-5 durante muito tempo. Mas o tempo passou e este sistema dos dois "backs" foi superado.
Hoje, o futebol, como tudo aliás, evolui a passos gigantescos. O 4-2-4, o 4-3-3, o 5-2-3 e outros sistemas foram aparecendo em virtude da luta travada entre a marcação e a necessidade de se desmarcar. A capacidade de resistência dos jogadores, sua habilidade com a bola, começaram a criar situações inteiramente novas em relação às posições clássicas dos sistemas, que estão sendo levados de roldão pela prática do jogo. Um jogador para ser eficiente neste futebol chamado moderno, tem que saber jogar em várias posições. Tem que saber defender e atacar, e qualquer sistema moderno que pretenda ser eficiente tem de compreender que não pode ser rígido. Antes, quando um jogador invadia a posição de outro companheiro, levava logo uma bronca: "Cai fora, aqui você atrapalha. Vá para sua posição". Até nas peladas era assim. E o treinador apoiava esta réplica. Um jogador que disser isto hoje não merece entrar no campo. O futebol, comparativamente, esta caminhando para os rumos do basquete: todos jogam de tudo, menos o goleiro. Agora a FIFA já estabeleceu que já se pode até substituir cinco jogadores ao invés dos três comumente usado. Em sua evolução vertiginosa, apoiado pela ciência, está agora desafiando diariamente os técnicos. Aquele que estagnar ficará superado. Mas em um passado não muito distante todos os grandes times tinham a sua “Parelha de Beques”. Até no jogo de Botões quando éramos crianças era assim também. O Beque no futebol na realidade era o jogador que ocupa posição na defesa; zagueiro. A palavra Beque, vem do inglês “Back” ( da parte de trás, da retaguarda ). Os chamados Beques de Espera.
O Sport já teve algumas famosas “Parelhas de Beques”. Uma delas era Bria e Osmar que tinha atrás deles apenas o goleiro Manga. (foto)
Bria atuou pelo Sport de 1949 a 1963 e esteve em campo pelo menos 562 vezes. Hoje, é um grande exemplo para o Sport. E o Osmar foi campeão naquele ano (1958) pelo Sport num campeonato que não houve Final, pois o Sport venceu os dois turnos.
• Obs: Foto 1 de 1958: Manga e a "Parelha de Beques" do Sport, Bria e Osmar.
* Foto 2: Time do Sport em 1958 quando sagrou-se campeão pernambucano daquele ano: O Sport formava com: Manga, Bria e Osmar; Zé Maria, Mirim e Índio, Traçaia, Pacoti, Walter Morel, Géo e Eliezer.
• Ival Saldanha
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