Entre erros e acertos, Edno Melo faz balanço do ano e projeta Náutico forte em 2021

Presidente alvirrubro coloca que uma das suas principais metas no 120º ano do Timbu é entregar um clube melhor ao seu sucessor

Por  Yago Mendes

Edno Melo prevê Náutico lutando por objetivos distintos em 2021 (Foto: Peu Ricardo/DP Foto)


O que cabe no período de 376 dias? Neste período de pouco mais de um ano entre a estreia do Náutico na temporada 2020 e o derradeiro jogo da Série B, diante do CSA, no último dia 29, um turbilhão de emoções passou pelos Aflitos. Entrando na temporada em alta após o acesso à Série B com o primeiro título nacional da história do clube, o que se deu ao longo dos 59 jogos do Timbu no ano foram decepções nas quatro competições disputadas. 

Com esperanças em um 2021 mais bem sucedido, o presidente do Náutico, Edno Melo, recebeu a equipe do Diario de Pernambuco para fazer um raio-x do ano atípico, que ficará marcado na história pelo flagelo imposto pelo coronavírus, e projetar maior sorte nas duas competições que o Timbu tem pela frente, tendo como meta entregar um clube melhor ao seu sucessor que deverá ser eleito ainda neste ano. 

O ano de 2020
 
2020 foi um ano muito difícil. Por mais que se fizesse um planejamento, um orçamento do clube, você jamais contaria com uma pandemia quando fosse fazer essa projeção. Acho que nenhuma empresa contava com isso e o Clube Náutico Capibaribe não foi diferente. Fizemos o planejamento e traçamos metas, mas fomos pegos completamente de surpresa com a pandemia, mas essa não pode ser uma desculpa pelo mau momento que viveu o futebol. Foi um ano em que tivemos vários erros no futebol e reconheço todos os nossos erros, mas queria dizer que também houveram acertos. A parte administrativa do clube vem tendo uma evolução com continuidade e isso contribui muito para o resgate do clube.

A Covid-19 em 2021
 
Por enquanto, ainda não existe um panorama pós-Covid. Por mais que estejamos conseguindo vacinar, sabemos que ainda existe a necessidade do isolamento e o risco. Acredito que 2021 ainda será um ano muito pesado quanto a isso, com muita renúncia de receita e que vamos precisar bastante da nossa torcida. Vamos ter uma redução considerável nas receitas, o que já aconteceu em 2020, mas que deve se manter para este ano. Ela (Covid-19) seguirá atrapalhando o orçamento e o caminhar do Náutico na temporada 2021. 

Os erros e os acertos
 
Assim como existiram os erros, também existiram acertos. Lógico que pelo que foi a temporada 2020 para o nosso futebol, vão sempre ficar mais evidentes os erros. Eu diria que um dos nossos erros fundamentais foi no início do ano (passado) ter renovado com grande parte do elenco, por sermos muito fiéis ao orçamento. Um ponto fundamental que, inclusive, acredito que nos deu a condição de atingir o objetivo secundário, que foi a permanência na Série B, foi o nosso rigor no cumprimento do orçamento. Ele nos possibilitou pagar a equipe até o fim do campeonato e nos dar condições de exigir um pouco mais dos atletas e comissão técnica. Acredito que se estivéssemos com quatro ou cinco folhas atrasadas, muito dificilmente teríamos revertido o quadro do rebaixamento. 

A mudança
 
Quando fizemos a mudança no comando e trouxemos o Gilson Kleina, tomamos essa atitude para mostrar ao elenco o que é que queríamos. Procuramos um técnico que tem o perfil da competição, que conhecia o campeonato e que já foi campeão. Assim, buscamos um líder que demonstrasse que o nosso norte era a chegada à Série A. Infelizmente, não traduzimos isso dentro do campo, mas tivemos a humildade de dizer que o objetivo não era mais o acesso e, sim, a permanência para salvar o ano do futebol, pois, caso contrário, seria um desastre se tivéssemos voltado à Série C. Foi neste momento que colocamos o pé no chão e veio o Hélio dos Anjos, que entendeu de pronto o que nós queríamos e conseguiu nos livrar do rebaixamento. Fica o alívio de permanecer, mas em momento nenhum houve o sentimento de comemoração por ter ficado, pois o nosso objetivo era o acesso. Porém, não acho que fica um gosto amargo.

Orçamento

Não aumentamos o nosso orçamento de 2020 no meio do caminho. O que fizemos foi remontar o orçamento. Tiramos algumas peças e colocamos outras para que ficássemos dentro o estimado. O Náutico fechou 2020 com a folha salarial estimada em R$ 525 mil. Agora, a gente depende de algumas receitas como a venda de alguns atletas para sabermos quais nossas possibilidades de mudança no orçamento. 

A formação do elenco

O planejamento está sendo traçado junto ao técnico Hélio dos Anjos e seu auxiliar, o Guilherme, com o Ari Barros, nosso executivo, e com a diretoria de futebol. Vai ser tudo feito de maneira bem tranquila e com decisões colegiadas. Já reconhecemos que existiram alguns erros e, primeiramente, vamos a todos para montar um time forte e que vai participar das competições para ser campeão. A grandeza do clube diz isso e vamos tentar traduzir isso dentro de campo. O elenco já vai ser montado de maneira qualificada e pensando na Série B a partir de agora. Não iremos fazer reservas de investimento. 

Série B 2021

Acredito que teremos pela frente a Série B mais disputada da história e isso é muito bom, tanto para a competição quanto para os times que vão precisar se preparar ainda mais. O torcedor pode ter certeza que o Náutico vai estar muito bem preparado para fazer uma Série B muito competitiva para brigar pelo acesso e quem sabe chegar ao título. 

Metas para o fim do mandato

O Náutico nestes anos teve uma evolução bastante grande, mas não foi só por causa de Edno. Foi Edno Melo e mais toda uma equipe por trás. Tem muita gente envolvida, tem um conselho envolvido e o Náutico tem vários quadros que podem dar continuidade a este tipo de gestão. Mostramos ao torcedor que temos como fazer, que pode-se desenvolver um trabalho com amor e pouco dinheiro. Então, eu quero deixar um legado para que esta gestão possa balizar as outras no sentido positivo. Que nossos acertos e pontos positivos sejam repetidos e que os erros que tivemos nessa caminhada sejam consertados. Quero entregar um clube um pouco melhor do que o que temos agora. Que seja com mais um título do Pernambucano, mais um acesso à Série A, mais passivo trabalhista pago e uma torcida com ainda mais orgulho de vestir esse manto sagrado. 

Fonte: Esportes DP


R$ 140,00 o par de peças
R$ 70,00 cada.

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