Decisão da Fifa retirou pontos dos mineiros, que devem mais de R$ 80 milhões a quatro equipes; FPF minimiza caso e diz que existe um acordo encaminhado
Segundo a Fifa, o caso do atacante André é englobado na Câmara de Resolução de Disputas (DRC) (Foto: Divulgação / Fifa) |
A notícia mobilizou a esfera do futebol nacional na última terça-feira (19). Punido pela Fifa por conta de uma dívida internacional não quitada, o Cruzeiro vai começar o Campeonato Brasileiro da Série B com seis pontos negativos. A decisão abre uma prerrogativa e, mais do que isso, acende um alerta para clubes e torcedores pelo Brasil que se encontram em situação semelhante, entre eles o Sport.
Não faltam semelhanças entre os dois casos. A começar pela origem da dívida. O Cruzeiro não realizou o pagamento de 850 mil Euros pelo empréstimo em 2016 do volante Denílson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes. Por sua vez, o Sport não quitou os valores referentes à compra do atacante André, com origem de 1,2 milhão em Euros. O clube pernambucano foi Notificado e punido pela Fifa, e precisa quitar o débito antes do prazo final.
Em resposta ao Diario de Pernambuco, a Fifa aponta o prazo de "45 dias a partir do momento em que o reclamante (Sporting-POR) fornece seus dados bancários" para o devido depósito. O presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, afirma que os clubes já possuem um acordo encaminhado para o pagamento. Porém, caso, não haja um acerto, o Sport ficará sujeito a punições duras. Os representantes rubro-negros não atenderam ou retornaram os contatos da reportagem.
Interpretação da Fifa
Ainda segundo a Fifa, o caso do atacante André é englobado na Câmara de Resolução de Disputas (DRC), instância que prevê casos envolvendo relações entre clubes, jogadores e treinadores. "Caso o pagamento não seja realizado dentro do prazo estabelecido, a proibição de registrar novos jogadores, nacional ou internacionalmente, será aplicada nos termos do art. 24bis do Regulamento sobre Status e Transferência de Jogadores, até o valor devido, mais juros, ser pago, e pela duração máxima de três períodos de registro completos e consecutivos", disse a entidade.
No entanto, a punição, definitiva e sem abertura para recursos, pode ser ainda mais incisiva, ficando a cargo da interpretação do juiz de cada queixa. No caso do Cruzeiro, o acúmulo de dívidas, que envolvem ao menos outros três clubes internacionais (Independiente Del Valle-EQU, Defensor-URU e Zorya-UCR), num monante estimado em mais de R$ 80 milhões, pode ter pesado na decisão, que tem como norte o Artigo 15 do Código Disciplinar da Fifa. O clube mineiro terá cinco meses para cumprir o pagamento com o Al Wahda. Do contrário, pode sofrer ainda uma sanção pior, como o rebaixamento sumário à Série C.
"No caso de clubes, ao expirar o prazo final (30 dias após o prazo inicial) e no caso de persistir a inadimplência ou falha no cumprimento integral com a decisão dentro do prazo estipulado, terá uma proibição de transferência pronunciada até o valor total ser pago ou a decisão não-financeira ser cumprida. Uma dedução de pontos ou rebaixamento a uma divisão inferior também pode ser ordenada, além de uma proibição de transferências em caso de falha persistente, ofensas repetidas ou infrações sérias ou se nenhuma transferência completa puder ser imposta ou veiculada por qualquer razão", reza o artigo.
Perder pontos não seria novidade...
O próprio Sport já sofreu a perda de pontos na Justiça, porém em instância nacional. Por dívida com o meia Gabriel, em 2018, o clube sofreu a perda de três pontos na classificação do Campeonato Brasileiro daquele ano. No entanto, a punição realizada após o fim da compteição não alterou a posição final do clube coral, que passou a somar 28 pontos, a mesma quantidade do América-MG, contudo se manteve na 19ª colocação por ter maior número de vitórias que o clube mineiro (8 x 7).
Fonte: Super Esportes
0 Comentários